Esta época, o futebol feminino bateu muitos e importantes recordes.
A época começou com um novo acordo entre a UEFA e a DAZN para transmissão dos jogos da Liga dos Campeões feminina. Um acordo celebrado por montantes nunca antes conseguidos e que permitiu que mais pessoas pudessem assistir aos jogos da principal competição de clubes da UEFA. E foram muitas. Os dados da DAZN apontam para uma audiência de 3.6 milhões de pessoas que seguiram a Final da competição, o que representa um aumento de 56%.
Ainda na Champions feminina, vários recordes foram quebrados. Camp Nou encheu por duas vezes para dois importantes jogos batendo o recorde mundial de assistência numa partida feminina: primeiro, frente ao Real Madrid com 91.553 pessoas, num jogo que estava esgotado há mais de dois meses, e, três semanas depois, um novo máximo com 91.648 adeptos no jogo com o Wolfsburg.
E não foi só o Barcelona a conseguir novos recordes de assistências. Um pouco por toda a Europa, os clubes foram batendo os seus máximos: a final da Taça de Inglaterra levou 49.094 pessoas às bancadas de Wembley para o jogo entre Chelsea e Manchester City (que se jogou no dia seguinte à final masculina), nas meias-finais da Liga dos Campeões o PSG estabeleceu um novo recorde em França com 43.254 adeptos nas bancadas frente ao Lyon e o Wolfsburg bateu o seu recorde com 22.057 pessoas a assistir ao jogo com o Barcelona. Por cá, 14.221 adeptos assistiram ao jogo entre Benfica e Sporting a contar para a Liga BPI, estabelecendo um novo recorde nacional em competições oficiais.
Com o Campeonato da Europa a jogar-se, agora, em Inglaterra, as expectativas continuam elevadas e o futebol feminino continua a crescer. O jogo de abertura estabeleceu um novo máximo em jogos nos Europeus com 68.871 pessoas nas bancadas de Old Trafford e Wembley já está esgotado para a final da competição, pelo que se espera que este número seja novamente ultrapassado.
Seguramente que não ficaremos por aqui e este Euro terá ainda mais alcance. É que foram vendidos 500.000 bilhetes (o dobro do último Campeonato da Europa) ainda antes de os jogos começarem. E se as pessoas assistem aos jogos nos estádios, certamente que também o farão em casa, sendo que a expectativa é alta para que também as audiências televisivas aumentem, quando comparadas com outros anos.
Mas porque é que todos estes recordes são importantes? Há quem diga que servem para serem batidos. Não nos parece, contudo, que no caso do futebol feminino o devam ser só por ser. Mais importante que bater recordes, é determinante que sejam dados passos sólidos e sustentados para fazer crescer a modalidade e, aí sim, os recordes serão batidos naturalmente.
É essa sustentabilidade, solidez e crescimento que precisamos de ter e de trabalhar para que os recordes sejam muito mais do que meros números e se traduzam em novos públicos, novos adeptos, novos patrocínios, novas praticantes… É que o futuro é agora! As oportunidades estão aí. Esperemos que não sejam desperdiçadas!
